Aprilia defende redução de performance na MotoGP: “Era preciso parar essa escalada”

Chefe da Aprilia, Paolo Bonora apontou em entrevista ao site italiano GPOne que havia um consenso entre as fábricas da MotoGP em torno da necessidade de reduzir a potência e a velocidade das motos. Dirigente destacou que o show não perde com protótipos 20 km/h

Chefe da Aprilia, Paolo Bonora explicou que a redução de performance das motos da MotoGP era um desejo unânime de todas as fábricas. O dirigente destacou que o show não será prejudicado com protótipos 20 km/h e defendeu que “era preciso parar essa escalada”.

Na segunda-feira, a FIM (Federação Internacional de Motociclismo) anunciou a aprovação de um novo regulamento que, além do fim de dispositivos como o holeshot, vai ver a substituição dos motores 1000cc por 850cc, a redução no tamanho dos componentes aerodinâmicos, a introdução de combustíveis 100% de origem não-fóssil e o compartilhamento de informações dos GPS das motos a partir de 2027.

De acordo com Bonora, a discussão começou em torno de maneira de conter o avanço da aerodinâmica, também por uma preocupação de custos, mas a redução de performance era também prioritária.

“O principal objetivo era conter a explosão de aerodinâmica que temos testemunhado há 4 ou 5 anos”, disse Bonora em entrevista ao site italiano GPOne. “Este é o departamento que produz a maioria das coisas novas, pelo menos na Aprilia, que nunca para, e era certo colocar um limite ou os custos aumentariam e isso seria insustentável nos próximos anos. Deste ponto de vista, começamos com o pé direito e também havia um alinhamento geral para reduzir a performance”, explicou.

Paolo Bonora defendeu a redução de performance das motos da MotoGP (Foto: Divulgação/MotoGP)

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O dirigente assumiu, porém, que, em um primeiro momento, a Aprilia não concordou com a capacidade de 850cc.

“É que significa fazer um redesign completo do nosso motor, então a gente preferia reduzir a performance, mas ficar com 1000cc. No entanto, para chegarmos a um acordo com as outras fábricas, concordamos com motores de 850cc com diâmetro de 75mm. Nossa expectativa é uma substancial redução de potência e velocidade máxima. Era preciso parar essa escalada”, frisou.

Bonora apontou que o público não tem a percepção da velocidade real das motos e reconheceu o exagero das velocidades atuais. O recorde atual foi estabelecido por Brad Binder em 366,1 km/h no ano passado, durante a corrida sprint do GP da Itália.

“Do ponto de vista técnico, você tenta ser mais e mais rápido, mas você também tem de reconhecer que os espectadores em casa não percebem se você está a 340 ou 360 km/h”, ponderou. “Dá para ter o mesmo show mesmo sendo 20 km/h mais lento. E tudo em nome da segurança. Era o certo a se fazer, pois tudo está ficando exagerado”, defendeu.

MotoGP volta a acelerar entre os dias 10 e 12 de maio, para o GP da França, em Le Mans, com a quinta etapa da temporada 2024. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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